domingo, 4 de setembro de 2011

Poema estúpido, piada tragicômica


Versos estúpidos sob o pó; aquém do pó para além do pó...

Se em ti eu jogasse todas as letras, virarias pó..
Jogo-as por cima de ti, seu lugar, na imensidão,
de onde poderás não mais que contemplá-las..
Jogo-as como um presente fugaz que me represente,
que me desnude sem entregar..

Se as incompreende, corrompe ou deturpa,
então, de nada valerás, não importarás..
Sob acalantos adormecerás para sempre,
enquanto te esqueço e te perdoo...

De qualquer forma, sem brindar o sabor do saber, serás a inerte
poeira da ignorância que cobre e protege as obras de arte esquecidas
pelo tempo, eternizadas pela virtude das virtudes, que nunca morre..
Se eu jogasse todas as minhas letras em ti, virarias pó..

Do pó viestes, ao pó retornarás; encobrindo e velando belas e íntimas artes..
Como as que não se diz por não haver palavra.. E nunca haverá..
Por saber que nas águas deste rio valente não me banharei mais que uma
vez é que não cairia na estupidez de dizer: desta água não beberei.

Um passo de silêncio gritado é a segura distância de
que te rogo pesar e perdão, te iludo os olhos e ouvidos..
Sob esses e todos os sentidos, te adormeço e me eternizo..

( 04.09.2011 )

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