terça-feira, 28 de junho de 2011

" You know it's sad but true! "

Os grandes homens sintetizavam seus infindos estudos e reflexões
em pequenas frases ou expressões para torná-las
mais abrangentes e abstratas.
'Penso, logo existo', 'Só sei que nada sei' e outras tantas...

Hoje, Narcisóides escrevem pequenas frases (geralmente plágio e sem
a menor percepção do que elas revelam) para esconder não apenas
sentimentos fúteis, déficit abstrativo, falta de senso crítico,
plastificação do pensamento, alienação generalizada e absoluta,
mas também a covardia de externá-los.

Os mais velhos com mais propriedade poderiam confirmar, mas acho que
as coisas nunca estiveram tão ruins, o entorno em geral; produção cultural,
interação social, vinculação afetiva(de um modo geral), nada, nada, nada,
repito: nunca esteve tão ruim!

Nos lugares por onde ando, nas conversas que divido ou presencio,
nos debates na mídia ou nos bares... Cadê a vida, o sangue, a alma?!
É tudo muito plástico, objetivamente superficial,
materialmente cartesiano, caralho!!

Como diria Viviane Mosé:
"As pessoas estão mais preocupadas em mostrar que estão se
divertindo, tendo prazer e sendo felizes do que realmente procurando
sua diversão, atividades que lhes confiram prazer ou em compreender
o que lhes traz felicidade. Por isso, por exemplo, essa necessidade de
sempre carregar máquinas digitais ou filmadoras para registrar todos os
'momentos de prazer', como se os fossem congelar, armazenar e reviver.
Depois contam vantagem: 'Estão vendo como eu fui feliz?!', 'Estão vendo
como esse dia foi agradável?!', 'Estão vendo como minha vida é boa?!'. "

Pequenos ditos sintetizaram grandes idéias, eternizaram homens.
Inúmeras fotos e textos plagiados evidenciam escatófila mediocridade,
depõem contra a criatividade humana e afrontam a virtude que não morre.
Essa beleza perpétua se afasta cada vez mais de nós!
Se esconde na arte e nas mínimas demonstrações/percepções.
Ela nunca morre mas se afasta cada vez mais de nós!

' ( 28.06.11 )

terça-feira, 7 de junho de 2011

Entregador clarividente - Licença "patética", please.

Assim como o carteiro que entrega cartas de amor e contas..
Nunca reconheceram minha letra.. Cartas/vidas não correspondidas.
Assim como o rapaz da floricultura que ornamenta casamentos felizes.
Não sentiram a potência do meu sentimento diluido, ilustrado e revelado
no perfume das flores, nem receberam minha bandeja vermelha, pulsante.
Assim como o palhaço talentoso é aplaudido por seu talento único..
Rasa platéia unicamente me aplaude o talento.
Assim como esse mesmo que se ilude com o sorriso das crianças..
Furto sentimentos puros de quem nada sabe do mundo e de mim.
Sobrevivência ridícula!
Assim como o poeta distribuindo versos sobre o que nunca viveu.
Não viverei!
Assim como o pensador que conquista pela ideia e revelação..
Para ignorantes amores, ideias reveladoras é de que se valem,
enfim, ignorantes amores, nem sonham o que se deseja inculcar.
Nem tanto assim como estes e outros mil, morro mil vezes,
como eles, por eles, usurpando seus atributos. E morro.
Despertar, disseminar e elucidar virtudes, sentimentos, qualidades.
Até quando? Até quando descoitadas verdades, flores e cartas?
Quantas migalhas de mim ainda vão alimentar estes porcos ignorantes?
Quantos pedaços arrancados de mim, ofertados por mim ainda fomentarão
sorrisos; afagos; esforços; arrepios; aquela famigerada e baixa peristalse;
enfim, toda a infinidade mórbida e alheia que ainda aguarda?
Como diriam os oráculos:
" Desejamos mais o desejo do que o objeto desejado."
( enquanto estes ainda forem objetos.)
" A clarividência nasce de uma dor semelhante à de um parto."
" É, é verdade.. "
Essas alegorias proto-herméticas ainda me fecham blindadas copas.
Mas também creio na ilusão de que dias melhores virão.
Porquanto, valha-me Lobão.
"É rapá... Não há estilo sem fracasso!
Talvez alguns sorrisos nos deixem um pouco
mais Silvio Santos das nossas torturas..
Pois a salvação floresce feliz como um escárnio! "

( 07.06.11)