terça-feira, 7 de junho de 2011

Entregador clarividente - Licença "patética", please.

Assim como o carteiro que entrega cartas de amor e contas..
Nunca reconheceram minha letra.. Cartas/vidas não correspondidas.
Assim como o rapaz da floricultura que ornamenta casamentos felizes.
Não sentiram a potência do meu sentimento diluido, ilustrado e revelado
no perfume das flores, nem receberam minha bandeja vermelha, pulsante.
Assim como o palhaço talentoso é aplaudido por seu talento único..
Rasa platéia unicamente me aplaude o talento.
Assim como esse mesmo que se ilude com o sorriso das crianças..
Furto sentimentos puros de quem nada sabe do mundo e de mim.
Sobrevivência ridícula!
Assim como o poeta distribuindo versos sobre o que nunca viveu.
Não viverei!
Assim como o pensador que conquista pela ideia e revelação..
Para ignorantes amores, ideias reveladoras é de que se valem,
enfim, ignorantes amores, nem sonham o que se deseja inculcar.
Nem tanto assim como estes e outros mil, morro mil vezes,
como eles, por eles, usurpando seus atributos. E morro.
Despertar, disseminar e elucidar virtudes, sentimentos, qualidades.
Até quando? Até quando descoitadas verdades, flores e cartas?
Quantas migalhas de mim ainda vão alimentar estes porcos ignorantes?
Quantos pedaços arrancados de mim, ofertados por mim ainda fomentarão
sorrisos; afagos; esforços; arrepios; aquela famigerada e baixa peristalse;
enfim, toda a infinidade mórbida e alheia que ainda aguarda?
Como diriam os oráculos:
" Desejamos mais o desejo do que o objeto desejado."
( enquanto estes ainda forem objetos.)
" A clarividência nasce de uma dor semelhante à de um parto."
" É, é verdade.. "
Essas alegorias proto-herméticas ainda me fecham blindadas copas.
Mas também creio na ilusão de que dias melhores virão.
Porquanto, valha-me Lobão.
"É rapá... Não há estilo sem fracasso!
Talvez alguns sorrisos nos deixem um pouco
mais Silvio Santos das nossas torturas..
Pois a salvação floresce feliz como um escárnio! "

( 07.06.11)

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