quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nietzsche e Los viadinhos


Salta musa, salta com fé, com fé nestes sonhos ridículos,
Salta deste couto/exílio/torre de marfim,
Onde enclausurastes inconsciente, orgulhosamente a ti própria.
Salta musa, salta e enforca-te nestas belas tranças douradas,
Símbolo máximo de teu sentimento pérfido de ninfa desterrada..
Salta agora e nota como és mera..
Salta, blindada por tua beleza fugaz, inócua, inerte..
Salta logo, morre; em meus sonhos tu regurgitas quimeras
Medonhas: minha imagem, vertiginosa, a te adorar..

Relembrarei em regozijo desta imagem tua, morta, olhos ao vácuo, morta,
Trépida, morta, imóvel, morta, vazia, morta, fria, morta, nua, crua, nada.

Quanto mais te difamo, mais me rebaixo, mais me detesto, mas, mais
Me desfaço, de ti e de mim, deste Eu pequeno, que alimentastes durante
Este período retrógrado que tivemos.

É só assim que retomo a rotina vã, exorcizando-me das musas criadas; tu como
Outras mil, que vieram e que ainda virão, parecem-me cada dia mais simples,
Mas estes ciclos, segundo os oráculos, tem seu valor: dar o mínimo de validade
A esse tempo de vazios insuportáveis, pessoas e discursos esdrúxulos, fétidos;
Levar um pouco disto tudo, angariando experiências inúteis que me servirão
Unicamente para enaltecer o que terei como belo, pleno, enfim.

Como diria Satanás:
"Só as fadas existem, elas e somente elas podem existir."

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