terça-feira, 28 de julho de 2009

Sou alma nova, louca
corro por ai sem rumo
guiado apenas pela sorte
Curioso é o acaso
não mais que previsivel
Estou sempre à tua porta
Vim dominar o obsoleto e
não preciso de uma só palavra
Clandestino aqui só pra te ver
Trago na mão apenas outra rosa
e o novo rosto de um antigo desejo
Quero gozar esta noite de perigos
Leia meus olhos e aceite meu convite
Ébrio dormindo resmunga o velho dragão
Segura minha mão, será protesto e sentimento
bem aqui, debaixo das suas barbas
Na tua alcova serei soberano
sorrateiro arranco teus véus
quero tirar teu medo, te dar voz
Já sinto o cheiro do teu corpo
tua pele em brasa,arrepio
tenho na boca a fruta virgem
as lindas setas, dúbias, atentas
vão voar sobre meus olhos
Sou cego e me alimento, sou
como criança e mel na boca
Quero escancarar tuas verdades
rasgar tua vergonha mergulhar
profundo no que me convém
Perdido em ti, completo, licencioso
E quando já não cabendo dentro de nós,
quase tocando o abstrato, voltamos
Lambuzados em vermelho e branco, tintos
Belamente entregues, saciados, plenos
Então cessa a quimera, o insight
devaneio ou déjà-vu, não importa
Inquieto e de novo, batendo à tua porta.
07.05.09

3 comentários:

  1. isso se foi.. só ficaram algo parecido com rancor e poemas nas gavetas.. aqui jaz um deles..

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  2. De um jeito ou de outro
    sempre tenho que adivinhar as coisas né?!
    Então uma zanguinha a mais ou a menos
    já não faz nenhuma diferença..

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  3. Curioso, engraçado talvez..
    De tempos em tempos eu volto a esse texto..
    O Quixote que aparece(atua) agora só
    existe sob holofotes..
    Morre/descansa depois que as cortinas caem..
    E isso é bom..
    Faz me lembrar das palavras da Hannah
    Arendt sobre o nazismo..

    E Vinicius, que esse comentário te
    sirva de remonte a esse sentimento:
    não te esqueças do oficio que escolhestes
    para ganhares a vida.
    A vida e o que desejares..

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